Entrevista publicada originalmente no Site Esperança conduru
“Eu vi uma coisa que acredito muito: Educação ambiental para crianças.”.
“Eu vi uma coisa que acredito muito: Educação ambiental para crianças.”.
* Rones Flasgordes dos Santos Souza, 42, nascido em Ilhéus/ BA, tem formação técnica em Agropecuária pela antiga Escola Média de Agropecuária Regional da CEPLAC (EMARC), de Uruçuca/ BA, desde 1986. Com graduação em Gestão Ambiental pela UNOPAR, hoje, ele compõe o quadro técnico do Instituto Floresta Viva (IFV). Participa ativamente de projetos socioambientais no sul da Bahia. Já prestou colaboração a Instituto Cabruca, Care Internacional, dentre outras. Atualmente, Rones desenvolve pesquisa com espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica, como trabalho final do curso de mestrado em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável pela Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade/ Instituto de Pesquisas Ecológicas (ESCAS)/ IPÊ). Nessa entrevista exclusiva, ele fala de sua experiência com o projeto de educação ambiental da Vila Juerana (distrito localizado na zona norte de Ilhéus) e da importância desse trabalho para o Corredor Ecológico Esperança Conduru.
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Qual a importância de falar sobre meio ambiente para as crianças da Vila Juerana?
# Foi uma experiência muito bacana. Fiquei bastante emocionado ao falar para as turmas de 1ª, 3ª e 5ª série. Acredito muito na educação ambiental para crianças que se encontram nesse nível escolar. Nós, adultos, temos a capacidade de aprender e, às vezes, somos conscientizados e até sensibilizados; mas daí a pormos em prática o que aprendemos é uma distância muito grande. Depende de atitude e mudança de hábito. Já as crianças, são puras, verdadeiras. O que elas aprendem, colocam em prática, imediatamente, chegando inclusive ao ponto de corrigir aos adultos de casa.
O que ficou marcante nessa experiência?
# Foi uma experiência muito bacana. Fiquei bastante emocionado ao falar para as turmas de 1ª, 3ª e 5ª série. Acredito muito na educação ambiental para crianças que se encontram nesse nível escolar. Nós, adultos, temos a capacidade de aprender e, às vezes, somos conscientizados e até sensibilizados; mas daí a pormos em prática o que aprendemos é uma distância muito grande. Depende de atitude e mudança de hábito. Já as crianças, são puras, verdadeiras. O que elas aprendem, colocam em prática, imediatamente, chegando inclusive ao ponto de corrigir aos adultos de casa.
O que ficou marcante nessa experiência?
# O interesse e a participação ativa das crianças, principalmente das mais novas, da 1ª série, que se comportaram com a irreverência peculiar a idade, mas que obtiveram bom proveito. Fiquei muito impressionado, também, com a iniciativa das professoras: dedicadas, organizadas e, principalmente, comprometidas com a causa ambiental. Elas, espontaneamente, procuraram o Instituto Floresta Viva para que realizássemos esse trabalho. Isso nos deixou animados demais. Nos trabalhos, aconteceram dramatização, poesia, música, tudo relacionado ao meio ambiente. Elas ‘linkaram’ as datas 14 de março (Dia da Poesia), 21 de março (Dia Internacional das Florestas) e 22 de março (Dia Mundial da Água). Muito interessante!
O adulto sente dificuldade de se sensibilizar com a causa ambiental, ao ponto de dissociar bichos e plantas dos seres humanos. Na sua opinião, o caminho mais eficiente para sensibilização é através da criança?
# Tenho trabalhado com comunidades, assentamentos, restauração florestal, pesquisa. Sinto que o que é transmitido à criança replica em atitudes imediatas. O adulto não se comporta com a mesma eficiência. Por isso, queremos continuar apoiando iniciativas como essa da Vila Juerana. Inclusive, ficamos no compromisso de doar três mudas da espécie “Juerana Litoral”, que é bem ligada a essa Vila. Faremos noutro momento, quando as crianças plantarão essas árvores. Fico feliz por termos formado uma parceria forte com essa equipe de educadores.
Qual o conteúdo abordado em sua palestra na Vila Juerana?
# Tenho trabalhado com comunidades, assentamentos, restauração florestal, pesquisa. Sinto que o que é transmitido à criança replica em atitudes imediatas. O adulto não se comporta com a mesma eficiência. Por isso, queremos continuar apoiando iniciativas como essa da Vila Juerana. Inclusive, ficamos no compromisso de doar três mudas da espécie “Juerana Litoral”, que é bem ligada a essa Vila. Faremos noutro momento, quando as crianças plantarão essas árvores. Fico feliz por termos formado uma parceria forte com essa equipe de educadores.
Qual o conteúdo abordado em sua palestra na Vila Juerana?
# Na oportunidade, aproveitamos a temática meio ambiente: água, árvore, utilizando a arte, como poesia, teatro e música para ilustrar. Não poderia ser diferente naquela região. Falamos do Corredor Ecológico, pois o local se encontra na área que podemos considerar como o coração do Corredor. Tem um rio fantástico que passa atrás da Vila. Explicamos o que é Área de Proteção Permanente (APP) e sua importância. Todos ficaram conscientizados de que margens e nascentes do rio são uma APP. Nos rios, existe a mata ciliar, responsável por sua proteção. Sem essa mata, os rios ficam fragilizados, sujeitos a assoreamento, deixando a lâmina d’água cada vez mais rasa, resultando na perda da diversidade de peixes, que fogem espantados. Noutra ocasião, a turma terá a oportunidade de visitar o viveiro de espécies nativas, que fica na estrada Ilhéus/ Uruçuca, mantido pelo Floresta Viva; o Parque Estadual da Serra do Conduru (PESC), em Serra Grande; e o Parque Municipal da Boa Esperança, em Ilhéus. A ideia é fazer um TUR bacana pelo Corredor. É um investimento nas crianças, para que amanhã tenhamos adultos conscientes do consumo responsável e da conservação da natureza. É importante que conheçam essa rica região e saibam que é um privilégio morar nela.
O trabalho realizado na Juerana despertou interesse de outros professores?# Sim. Havia uma representante da secretaria municipal de Educação de Ilhéus, que manifestou o interesse em expandir essa experiência para outras comunidades. É bom que divulguemos a existência de nossas riquezas naturais, nossas florestas e a importância da conservação para os seres humanos.
Qual a importância da Educação Ambiental para a consolidação do Corredor Ecológico Esperança Conduru?
O trabalho realizado na Juerana despertou interesse de outros professores?# Sim. Havia uma representante da secretaria municipal de Educação de Ilhéus, que manifestou o interesse em expandir essa experiência para outras comunidades. É bom que divulguemos a existência de nossas riquezas naturais, nossas florestas e a importância da conservação para os seres humanos.
Qual a importância da Educação Ambiental para a consolidação do Corredor Ecológico Esperança Conduru?
# Faço a reflexão de que, às vezes, algumas pessoas emitem determinadas opiniões sem ter a real consciência, sem propriedade das informações, que são passadas de maneira superficial. Isso acontece por causa da pouca divulgação. Quando nós andamos às margens da rodovia ilhéus/ Uruçuca, em especial em Serra Grande, que tem muita área de ‘cabruca’, temos a sensação de que há muita mata. No entanto, quando apresentamos as informações, através das imagens aéreas, de nossa realidade florestal, constatamos que temos menos de 7 % da mata original. Esse percentual é muito pouco. Nós fazemos parte do Corredor Central da Mata Atlântica, do Corredor Esperança Conduru. É uma área nobre, considerada dentre as áreas de maior importância para a preservação de todo o planeta. Não é a toa que essa região é considerada como Reserva da Biosfera. Esse valor é percebido mais de fora para dentro. Nossa sociedade precisa tomar propriedade disso, sentir orgulho e ter um zelo maior com essa riqueza em benefício das gerações presente e futura. Temos a obrigação de manter o planeta mais saudável.