quarta-feira, 11 de abril de 2012

Entrevista: Rones Flasgordes dos Santos Souza

Entrevista publicada originalmente no Site Esperança conduru

“Eu vi uma coisa que acredito muito: Educação ambiental para crianças.”.

* Rones Flasgordes dos Santos Souza, 42, nascido em Ilhéus/ BA, tem formação técnica em Agropecuária pela antiga Escola Média de Agropecuária Regional da CEPLAC (EMARC), de Uruçuca/ BA, desde 1986. Com graduação em Gestão Ambiental pela UNOPAR, hoje, ele compõe o quadro técnico do Instituto Floresta Viva (IFV). Participa ativamente de projetos socioambientais no sul da Bahia. Já prestou colaboração a Instituto Cabruca, Care Internacional, dentre outras. Atualmente, Rones desenvolve pesquisa com espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica, como trabalho final do curso de mestrado em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável pela Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade/ Instituto de Pesquisas Ecológicas (ESCAS)/ IPÊ). Nessa entrevista exclusiva, ele fala de sua experiência com o projeto de educação ambiental da Vila Juerana (distrito localizado na zona norte de Ilhéus) e da importância desse trabalho para o Corredor Ecológico Esperança Conduru. 
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Qual a importância de falar sobre meio ambiente para as crianças da Vila Juerana?

# Foi uma experiência muito bacana. Fiquei bastante emocionado ao falar para as turmas de 1ª, 3ª e 5ª série. Acredito muito na educação ambiental para crianças que se encontram nesse nível escolar. Nós, adultos, temos a capacidade de aprender e, às vezes, somos conscientizados e até sensibilizados; mas daí a pormos em prática o que aprendemos é uma distância muito grande. Depende de atitude e mudança de hábito. Já as crianças, são puras, verdadeiras. O que elas aprendem, colocam em prática, imediatamente, chegando inclusive ao ponto de corrigir aos adultos de casa.

O que ficou marcante nessa experiência?

# O interesse e a participação ativa das crianças, principalmente das mais novas, da 1ª série, que se comportaram com a irreverência peculiar a idade, mas que obtiveram bom proveito. Fiquei muito impressionado, também, com a iniciativa das professoras: dedicadas, organizadas e, principalmente, comprometidas com a causa ambiental. Elas, espontaneamente, procuraram o Instituto Floresta Viva para que realizássemos esse trabalho. Isso nos deixou animados demais. Nos trabalhos, aconteceram dramatização, poesia, música, tudo relacionado ao meio ambiente. Elas ‘linkaram’ as datas 14 de março (Dia da Poesia), 21 de março (Dia Internacional das Florestas) e 22 de março (Dia Mundial da Água). Muito interessante!
O adulto sente dificuldade de se sensibilizar com a causa ambiental, ao ponto de dissociar bichos e plantas dos seres humanos. Na sua opinião, o caminho mais eficiente para sensibilização é através da criança?

# Tenho trabalhado com comunidades, assentamentos, restauração florestal, pesquisa. Sinto que o que é transmitido à criança replica em atitudes imediatas. O adulto não se comporta com a mesma eficiência. Por isso, queremos continuar apoiando iniciativas como essa da Vila Juerana. Inclusive, ficamos no compromisso de doar três mudas da espécie “Juerana Litoral”, que é bem ligada a essa Vila. Faremos noutro momento, quando as crianças plantarão essas árvores. Fico feliz por termos formado uma parceria forte com essa equipe de educadores.

Qual o conteúdo abordado em sua palestra na Vila Juerana?
# Na oportunidade, aproveitamos a temática meio ambiente: água, árvore, utilizando a arte, como poesia, teatro e música para ilustrar. Não poderia ser diferente naquela região. Falamos do Corredor Ecológico, pois o local se encontra na área que podemos considerar como o coração do Corredor. Tem um rio fantástico que passa atrás da Vila. Explicamos o que é Área de Proteção Permanente (APP) e sua importância. Todos ficaram conscientizados de que margens e nascentes do rio são uma APP. Nos rios, existe a mata ciliar, responsável por sua proteção. Sem essa mata, os rios ficam fragilizados, sujeitos a assoreamento, deixando a lâmina d’água cada vez mais rasa, resultando na perda da diversidade de peixes, que fogem espantados. Noutra ocasião, a turma terá a oportunidade de visitar o viveiro de espécies nativas, que fica na estrada Ilhéus/ Uruçuca, mantido pelo Floresta Viva; o Parque Estadual da Serra do Conduru (PESC), em Serra Grande; e o Parque Municipal da Boa Esperança, em Ilhéus. A ideia é fazer um TUR bacana pelo Corredor. É um investimento nas crianças, para que amanhã tenhamos adultos conscientes do consumo responsável e da conservação da natureza. É importante que conheçam essa rica região e saibam que é um privilégio morar nela.

O trabalho realizado na Juerana despertou interesse de outros professores?# Sim. Havia uma representante da secretaria municipal de Educação de Ilhéus, que manifestou o interesse em expandir essa experiência para outras comunidades. É bom que divulguemos a existência de nossas riquezas naturais, nossas florestas e a importância da conservação para os seres humanos.

Qual a importância da Educação Ambiental para a consolidação do Corredor Ecológico Esperança Conduru?
# Faço a reflexão de que, às vezes, algumas pessoas emitem determinadas opiniões sem ter a real consciência, sem propriedade das informações, que são passadas de maneira superficial. Isso acontece por causa da pouca divulgação. Quando nós andamos às margens da rodovia ilhéus/ Uruçuca, em especial em Serra Grande, que tem muita área de ‘cabruca’, temos a sensação de que há muita mata. No entanto, quando apresentamos as informações, através das imagens aéreas, de nossa realidade florestal, constatamos que temos menos de 7 % da mata original. Esse percentual é muito pouco. Nós fazemos parte do Corredor Central da Mata Atlântica, do Corredor Esperança Conduru. É uma área nobre, considerada dentre as áreas de maior importância para a preservação de todo o planeta. Não é a toa que essa região é considerada como Reserva da Biosfera. Esse valor é percebido mais de fora para dentro. Nossa sociedade precisa tomar propriedade disso, sentir orgulho e ter um zelo maior com essa riqueza em benefício das gerações presente e futura. Temos a obrigação de manter o planeta mais saudável.

No ar, Sustentabilidade em Foco 2012

Além do Site Esperança Conduru, e da Sinalização Ecológica, o projeto de comunicação do Minicorredor ecológico Esperança Conduru utiliza a rádio para irradiar a informação ambiental. Já se encontra no ar o programa “Sustentabilidade em Foco”(1). Em verdade, trata-se de programetes que dão informações a respeito do Corredor Prioritário PESC/ Boa Esperança, nos dias segunda, quarta e sexta, às 7 da manhã, na rádio Santa Cruz (1090 AM), de Ilhéus; e na sexta-feira, às 11:55, na Ubatã FM (91.9), de Ubatã.

A cada edição, a divulgação das maravilhas naturais existentes no belo pedaço da região sul da Bahia. O Corredor Prioritário PESC/ Boa Esperança abriga quatro unidades de conservação (uc), a saber: Parque Municipal Boa Esperança (PMBE), em Ilhéus; Área de Proteção Ambiental (APA) Lagoa Encantada e Rio Almada (Ilhéus); APA Serra Grande Itacaré; e Parque Estadual Serra do Conduru (PESC), em Uruçuca.

A ideia inédita no rádio possibilita que milhares de pessoas conheçam mais detalhadamente a riqueza da vasta Mata Atlântica. Afinal, a audiência do rádio é fabulosa. Na semana, os programetes são exibidos na rádio Santa CruzAM, ao passo que nos finais de semana, na Ubatã FM.

Em trinta segundos, com o uso de linguagem acessível, o ouvinte toma conhecimento da existência, bem como da importância de se preservar vegetação e as espécies animais em risco de extinção. Segundo Eduardo Rodrigo, gestor do PMBE, “o parque é considerado uma área quente de biodiversidade, que apresenta estudos realizados por instituições diversas como CEPLAC (2), UESC (3) e The New York Botanical Garden, que identificou mais de 2.200 espécies, inclusive algumas ameaçadas de extinção. Além do mais, encontramos madeiras de lei que não é fácil de encontrar como o Pau Brasil”, conclui o gestor.

O gestor do PESC, Marcelo Barreto, afirma que já é possível constatar o uso sustentável e inteligente da mata. “Só dentro do Conduru, são 164 hectares de área reflorestada. São sementes e mudas vindas de agricultores, projetos e recursos disponibilizados para as ONG´s (4). As comunidades têm-se especializado e executado seus trabalhos”.
Portanto, vale à pena ligar-se nas ondas do rádio e saber mais sobre o que a região sul da Bahia oferece de melhor para a sua gente. Tudo isso com o relato de gente que entende do assunto.

(1) Equipe do programa

* Reportagem: Marcos Pennha e Paulo Paiva
* Redação: Emílio Gusmão
* Produção: Roque Vieira
* Apresentação: Gil Gomes

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(2) Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC)
(3) Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)
(4) Organizações não governamentais (ONGs)

terça-feira, 10 de abril de 2012

Plano Municipal da Mata Atlântica de Ilhéus


Histórico do Programa

* O Plano da Mata Atlântica é um programa desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), por meio do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, que implementa o Subprograma Projetos Demonstrativos – PDA, desde 1995. O objetivo é promover aprendizagens sobre a viabilidade de novos modelos de preservação, conservação e utilização racional dos recursos naturais da Amazônia e da Mata Atlântica, visando a melhoria da qualidade de vida das populações locais.

O PDA propõe essa melhoria por meio do incentivo a experimentação de tecnologias sustentáveis, do fortalecimento da organização social e do gerenciamento de ações que conciliem a conservação dos recursos naturais com o desenvolvimento econômico e social.

O projeto foi proposto a sociedade, através da Chamada 9 do PDA-MMA, que possui três linhas de ação:

I- Estratégias de Capacitação em Gestão Participativa de Unidades de Conservação,

II- Adequação Ambiental de Imóveis Rurais na Mata Atlântica,

III- Capacitação para Elaboração e Implementação de Planos Municipais de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica, e Elaboração dos mesmos.

Através de concorrência pública, a ONG Grupo Ambientalista da Bahia (GAMBÁ) foi a vencedora, e coordenou a elaboração do Plano em Ilhéus, através de contratação de consultoria especializada.
  

Lei da Mata Atlântica e Fundo de Restauração do Bioma

O PMMA beneficiará o município com novos projetos socioambientais.


* A Lei nº 11.428, de dezembro de 2006 – Lei da Mata Atlântica, sancionada após 14 anos de tramitação no Congresso Nacional - abre a possibilidade dos municípios, cujo território está total ou parcialmente nela inserido, atuarem proativamente na defesa, conservação e recuperação da vegetação nativa. O art. 38 instituiu o Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica, a ser elaborado e implementado em cada município abrangido pela Mata Atlântica, conforme regulamentado pelo o art. 43 do Decreto nº 6.660, de 21 de novembro de 2008.

Também foi criado pela Lei da Mata Atlântica o Fundo de Restauração do Bioma da Mata Atlântica, destinado ao financiamento de projetos de conservação dos remanescentes de vegetação nativa, restauração ambiental e de pesquisa científica. O art. 38 determina que, somente os municípios que aprovarem tais planos, em seus Conselhos Municipais de Meio Ambiente, terão acesso aos recursos do Fundo de Restauração do Bioma Mata Atlântica.

Por meio dessa Lei, ficou instituído o Fundo de Restauração do Bioma Mata Atlântica destinado ao financiamento de projetos de conservação dos remanescentes, restauração ambiental e de pesquisa científica. O Fundo poderá receber recursos de doações orçamentárias da União; contribuições em dinheiro, valores, bens moveis e imóveis oriundos de pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou internacionais; rendimentos de qualquer natureza, que venha a auferir como remuneração decorrente de aplicações do seu patrimônio; e outros, destinados em lei.

O Fundo auxiliará no cumprimento da Lei, sobretudo no que tange a proteção e recuperação da vegetação nativa. Entretanto, segundo o Art. 38 da Lei, somente os projetos que envolvam conservação de remanescentes de vegetação nativa, pesquisa científica ou áreas a serem restauradas, implementadas em municípios que possuam Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica, devidamente aprovado pelo CONDEMA, serão beneficiados com os recursos do Fundo.

É fundamental que cada município possua um Plano Municipal de Conservação e recuperação da Mata Atlântica, para que projetos e pesquisas, cuja execução seja efetuada por órgãos públicos, instituições acadêmicas públicas e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), que atuem na conservação, restauração ou pesquisa científica na Mata Atlântica, tenham acesso aos recursos do Fundo de Restauração do Bioma Mata Atlântica instituído pela lei.

Pioneirismo de Ilhéus

Ilhéus é o primeiro município da Bahia a elaborar o plano municipal
 para a conservação e recuperação da mata atlântica.

* São 3.400, os municípios brasileiros que estão localizados nesse bioma, e Ilhéus é um dos primeiros a participar do programa de elaboração e aprovação de um Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente (CONDEMA).

A primeira fase do projeto foi desenvolvida, a partir de uma oficina diagnóstico, realizada, dia 2 de fevereiro de 2011, no auditório da Associação Comercial de Ilhéus, quando foi apresentado, pelos proponentes, e se iniciou uma parceria interinstitucional para consolidação de dados e informações atualizadas sobre os remanescentes da mata atlântica no município.

Desse processo, resultou na elaboração de diversos mapas, retratando as Unidades de Conservação (UCs) e Áreas de Preservação Permanente (APPs), as associações rurais, as pressões ambientais e as ameaças à mata atlântica. Esses mapas, também subsidiaram a oficina participativa ocorrida, dias 9 e 10 de fevereiro, no auditório da Justiça Federal em Ilhéus, onde o Plano Municipal de Meio Ambiente (PMMA) foi construído com a colaboração de 150 participantes, representantes de poder público, sociedades civil e empresarial.
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Definindo prioridades 2012/ 2013
A implantação do Parque Municipal da Boa Esperança
 é prioridade do PMMA de Ilhéus.

* Na ultima terça-feira, 3 de abril a partir das 5 h da tarde, aconteceu, no auditório da Academia de Letras de Ilhéus, mais um encontro que deu início aos estudos das prioridades que deverão ser adotadas para os próximos dois anos. Essas prioridades serão eleitas, a partir dos eixos temáticos, estratégias e ações definidas na oficina de elaboração do plano, e deverão ser submetidas, assim como o documento final do PMMA, à apreciação do CONDEMA, que tem legitimidade para á sua aprovação final.

Segundo Renato Cunha, presidente do GAMBÁ e um dos coordenadores do projeto, a eleição de prioridades é fundamental para que os principais problemas e urgências de curto prazo possam ser focados, e agilizadas as medidas necessárias para avançar nesses pontos mais urgentes. O professor Rui Rocha, secretário-executivo do Instituto Floresta Viva (IFV), presente ao evento, destacou que a consolidação do Parque Municipal da Boa Esperança deve ser encarada como uma dessas prioridades.

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Ocupação do solo deve respeitar a proteção das Áreas de Preservação Permanente - APP
rurais e urbanas. Na foto acima, expansão urbana próxima a APP do rio Santana. 

* Bases técnicas e legais para auxiliar os municípios na elaboração dos Planos Municipais de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica. Documento de referência organizado pela Rede de ONGs da Mata Atlântica com subsídios técnicos do Ministério do Meio Ambiente.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

PESC: REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA SERÁ AGILIZADA



O Parque Estadual Serra do Conduru (PESC) ainda não conseguiu indenizar todos os proprietários da área desapropriada. Segundo os coordenadores do Instituto Estadual de Meio Ambiente (INEMA), a solução virá em breve. O PESC foi criado, há 15 anos, por meio do Decreto Estadual nº 6.227, de 21 de fevereiro de 1997, tendo a área inicial delimitada em 7.000 ha. Essa área foi ampliada para 9.275 ha, através do Decreto nº 8.702, de 4 de novembro de 2003.
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Na última quarta-feira, 28 de março, foi realizada no Centro Cultural Porto da Tribo, em Itacaré, mais uma reunião ordinária do Conselho Gestor do PESC presidida pelo gestor do PESC, Marcelo Barreto. Estiveram presentes 45 pessoas, entre conselheiros, técnicos do INEMA, e público interessado, além da imprensa.

O Conselho Gestor do PESC é tripartite, reunindo setor governamental, sociedade empresarial, e sociedade civil organizada. Na pauta, dentre outros assuntos, a regularização fundiária da área - 48% do total em situação irregular - e o andamento do inquérito da Procuradoria da República, que apura irregularidades no assentamento Tijuípe, localizado em área contígua ao Parque.

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A reunião contou com a participação de representantes do INEMA. O Coordenador de Gestão de Unidades de Conservação (UC), Eduardo Euler, destacou os avanços na política para as UCs, e declarou que a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) contou com o auxílio de outros Estados da Federação, que possuem maior experiência em regularização fundiária dessa natureza, a exemplo de São Paulo, com a finalidade de modernizar o processo na Bahia.

A regularização fundiária, que parou de indenizar há 12 anos, foi o tema dominante da reunião. Segundo Euler, a regularização fundiária do PESC é prioridade. “Com a reestruturação do Sistema Estadual de Meio Ambiente (SEIA), e o aporte financeiro, a regularização vai até o fim”, complementou, afirmando ainda que “a Câmara de Compensação Ambiental, criada na reestruturação dos órgãos ambientais, já dispõe de R$ 50 milhões em caixa. Boa parte desses recursos será destinada a indenização das áreas desapropriadas”, finalizou.

O técnico da Coordenação de Consolidação Territorial, Robson Santiago, também representante do INEMA, ressaltou a complexidade do processo indenizatório. No caso do PESC, necessário se faz a adequação à realidade, e isto envolve levantamento de todos os processos, inclusão de novos cadastros e revisão de valores. Os municípios envolvidos e respectivos números de propriedades não cadastradas são os seguintes: Itacaré (29), Uruçuca (22) e Ilhéus (4). “Temos problemas com sobreposição de títulos, de donos e de áreas. Existem casos de posses ‘indienizadas’, mas que, por problemas familiares, um dos conjuges acaba reocupando outra área no Parque”, frisou Santiago.

O gestor do PESC, Marcelo Barreto, lembrou que, nos processos de indenização já realizada, foi priorizada a regularização dos posseiros. Segundo Barreto, ainda há vinte posses em Itacaré, sete em Uruçuca e uma em Ilhéus ainda não indenizadas.

Rones Flasgordes, representante do Instituto Floresta Viva (Executora de projetos de reflorestamento no PESC), solicitou ao INEMA que seja considerada, e também priorizada, a regularização fundiária das áreas identificadas como estratégicas para a recuperação de áreas degradadas.

O técnico da Coordenação de Articulação Social do INEMA, Eduardo Passos, destacou o tratamento prioritário que vem sendo dado à consolidação dos conselhos gestores das UCs em todo o Estado, e o suporte de transporte/ deslocamento e alimentação aos representantes da sociedade civil organizada.

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Quanto ao assentamento Tijuípe, o Conselho aguarda um representante da Procuradoria da República para atualizar as informações sobre o Inquérito que investiga fraudes na constituição e definição do projeto, criado pela Portaria nº 67, de 1995. A ação solicita, ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), a relação dos beneficiários originários, bem como daqueles que ocupam a área, atualmente, a fim de apurar as irregularidades.

O advogado Cosme Nunes constextualizou a problemática do assentamento. Segundo Nunes, Tijuípe é um projeto de reforma agrária equivocado, apesar das terras terem sido negociadas com Títulos da Dívida Agrária (TDA). A portaria previa a criação de 40 unidades agrícolas familiares e a implantação de infra-estrutura física necessária ao desenvolvimento da comunidade rural em uma área de aproximadamente 1.110 ha; contudo apenas duas famílias foram beneficiadas.

Nunes disse, ainda, que o projeto desconsiderou que a área já era ocupada por setenta posseiros antigos - alguns centenários - e que poderiam requerer o usucapião de suas propriedades. De acordo com a declaração de Marcelo Barreto, o Conselho aguarda informações sobre o andamento do processo; pois o assentamento Tijuipe encontra-se nos limites do Parque, onde se encontram comunidades tradicionais engajadas na questão ambiental, e uma associação ativa, e participativa.

Dentre outros assuntos, Barreto informou que espera apresentar, na próxima reunião ordinária, o projeto arquitetônico do auditório, que será construído na sede do PESC. O empreendimento contará com biblioteca, receptivo e outros equipamentos. Barreto divulgou ainda que, além das reuniões ordinárias oficiais, tem ocorrido encontros mensais do Conselho Gestor por vontade dos integrantes, como forma de integração entre as instituições participantes e melhor atualização das questões relacionadas a gestão do PESC.

Entidades que compõem o Conselho Gestor do PESC - 2012

A composição atual dos membros do Conselho Gestor do PESC é fruto de eleição pública, regida pelo edital No 20.345, de 17 de agosto de 2010 da Secretaria do Meio Ambiente - SEMA do Estado da Bahia, através de sua Diretoria de Unidades de Conservação e Biodiversidade.

O edital convocou os órgãos públicos dos três níveis da federação, a sociedade civil local e os empreendedores locais com atuação na área do entorno do PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO CONDURU - para o exercício do biênio 2010-2012, definindo em 30, o número máximo de membros, envolvendo em igual número, representantes do poder público, sociedade civil e sociedade empresarial.

O gestor da PESC, Marcelo Araújo, recomenda que entre em contato com a administração para maiores informações.

Abaixo, a lista de entidades, titulares e suplentes do Conselho Gestor do Parque:

SETOR PÚBLICO
Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SEMA
Titular: Marcelo Barreto
Suplente: Marco Aurélio Souza Silva
Secretaria de Turismo do Estado da Bahia-SETUR

Titular: Reinaldo Moreira Dantas
Suplente: Andréia Ferreira Brandão
Prefeitura Municipal de Ilhéus
Titular: Eduardo Rodrigo Ferreira de Souza
Suplente: Éric Paulo Macedo da Silva
Empresa Baiana de Águas e Saneamento – EMBASA
Titular: Lorena Lacerda Santos
Suplente: Sandra da Silva Gomes
Instituto Federal Baiano/ Campus Emarc Uruçuca 
Titular: Sergio Luiz Freitas Teixeira
Suplente: Anapaula de Paula Cidade Coelho
 Prefeitura Municipal de Itacaré
Titular: Paulo César Gomes Baracho
Suplente: Luciano Leal dos Santos
Prefeitura Municipal de Uruçuca 
Titular: Cinira de Araujo Farias Fernades
Suplente: Fabiano Batista Santana
PM BA/ Companhia Independente de Policia Proteção Ambiental/ 5º Pel. Ilhéus
Titular: Major PM José Diogenes Câmara Alves
Suplente: Jacson Ardoso
Delegacia de Polícia Ambiental
Titular: Ismael Galo da Cruz
Suplente: Otávio Campos Neto
Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC
Titular: Marcelo Schramm Mielke
Suplente: Daniela Custódio Talora
SOCIEDADE CIVIL

Associação Comunidade Ativa – ACATI 
Titular: Mayne da Silva Santos
Suplente: Karine Sanatana Siqueira
Associação Rosa dos Ventos 

Titular: Idilia Maria de Melo Andres
Suplente: Hugues de Willecot de Rincquesen
Instituto Ambiental Boto Negro
Titular: Raimundo Sarmento Sousa
Suplente: Arivaldo Landim Fernandes Júnior
Instituto Floresta Viva 
Titular: Fabiana Santos da Silva
Suplente: Rones Flasgordes dos Santos Souza
Instituto Viver da Mata
Titular: Itaciara Mattos Correia
Suplente: Antonio Freire de Carvalho Filho
Associação Movimento Mecenas da Vida
Titular: Salvador Ribeiro da Silva Filho
Suplente: Luiz Fernando Pozza
Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia 
Titular: Leonardo Gomes Neves
Suplente: Paula Roberta Pedreira dos Reis

Movimento SOS – Itacaré (Instituto Verde Dentro) 
Titular: Pascal Voisin
Suplente: Cláudio Neri Franco Lôpo
Instituto Arapyaú 
Titular: Valérie Nicolier
Suplente: Andréa Bueno Buoro
Associação de Moradores e Moradoras da Beira do Rio da Represa – AMBRR 
Titular: Ricardo Rodolfo Zehnder
Suplente: Marcel dos Santos Silva

EMPREENDEDORES LOCAIS

Associação de Desenv. Sustent. De Agricultura Familiar do Munic. De Uruçuca 
Titular: Djalma Arcánjo de Souza
Suplente: Vandilson Lima Santos
Rio Tinto Desenvolvimento Minerais Ltda.
Titular: Adelino Guillen Taboada
Suplente: Lisie Francine Formaggio
Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia - COELBA
Titular: Ricardo Campos Pereira
Suplente: Anderson Gonçaves Monteiro
Bahia Mineração Ltda.
Titular: Marcelo Taylor de Lima
Suplente: Eliana Conceição da Fonseca
Serrazul Praia Hotel Ltda. 
Titular: Rita de Cássia Oliveira Lavinsky
Suplente: Alyne Oliveira Lavinsky
Boná Agropecuária S/A 

Titular: Nelson Moraes Júnior
Suplente: Paulo Cesar Souza Navarro

Instituto de Turismo de Itacaré – ITI 
Titular: Claudia Regina Paulina Cruz
Suplente: Carla Caio Mussolin
Reserva Alto da Esperança
Titular: Cláudio Neri Franco Lôpo
Suplente: Simone Gonçalves Lôpo
Francisco Aspirino Imóveis Ltda.
Titular: Francisco Aspirino
Suplente: Maria Regina Monteiro Camargo